quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ensino online cresce nos EUA e abre debate sobre futuro da educação

Autoridades e sindicatos americanos dividem-se sobre os resultados e as motivações da forte expansão do ensino pela internet no país
The New York Times
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/ensino-online-cresce-nos-eua-e-abre-polemica
Os defensores destes cursos dizem que eles permitem às escolas oferecer não só aulas de recuperação, a área de maior crescimento, mas também variedade maior de disciplinas eletivas e aulas de “advanced placement” – cursos oferecidos a estudantes do ensino médio nos EUA que são geralmente reconhecidos como equivalentes aos de graduação – quando não há alunos suficientes para preencher uma sala de aula.
Mas críticos dizem que o ensino online é, na verdade, guiado por um desejo de gastar menos com docentes e estabelecimentos de ensino – em tempos de crise orçamentária federal e estadual forçando cortes em educação. Eles argumentam que não há pesquisas suficientes que mostram que os cursos online no ensino básico são comparáveis aos presenciais.
Em todo o país, um número estimado de 1,03 milhão de estudantes do ensino básico fizeram um curso online entre 2007 e 2008, 47% mais do que dois anos para trás, de acordo com o Sloan Consortium, um grupo apoiador do ensino pela internet. Cerca de 200 mil estudantes frequentam integralmente escolas online – normalmente escolas licenciadas que atraem famílias adeptas do ensino doméstico, de acordo com outro relatório.
O crescimento ocorreu a despeito da revisão preventiva de pesquisas realizadas pelo Ministério da Educação dos EUA. O órgão identificou benefícios em cursos online para universitários, mas também concluiu que poucos estudos rigorosos foram feitos no ensino básico – e os legisladores “não têm evidência científica de eficácia” para este tipo de educação.
O crescimento mais rápido foi verificado nas aulas de recuperação para alunos que reprovaram o curso regular. Apoiadores dizem que os alunos entediados ou deixados para trás aprendem em seu próprio ritmo.
Assim como outros debates educacionais, este contrapõe linhas ideológicas. O ensino básico online é advogado por grupos ligados a políticas mais conservadoras que defendem a ampliação da escolha das escolas. Um exemplo é a Bush’s Foundation for Excellence in Education, que convocou os estados a providenciarem “terminais de acesso à internet” a alunos e remover proibições de escolas virtuais sem fins lucrativos. Do outro lado estão os sindicatos de professores e outras entidades que argumentam que o apoio aos cursos online, como vouchers e escolas licenciadas, propõe canalizar o dinheiro de contribuintes para o setor privado. “O que querem é substituir professores por tecnologia”, disse Alex Molnar, docente de política educacional na Arizona State University.

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